Nossos Velhos Pais
31 de Maio/Segunda Feira

Pais heróis e mães rainhas do lar.
Passamos boa parte da nossa existência
cultivando estes estereótipos.

Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e
puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.

A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases
e dá pra implicar com a empregada.

O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?
Fizeram 80 anos.

Nossos pais envelhecem.
Ninguém havia nos preparado pra isso.
Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.
Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.


Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam.

Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras,
como comer escondido tudo o que o médico proibiu.

Estão com manchas na pele.

Ficam tristes de repente.

Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.

É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estão no controle da situação.

Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a
energia de uma usina.

Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.

Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso:
calça de brim? frege?auto de praça? Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído
nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.
Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi. .
Essa nossa intolerância só pode ser medo.

Medo de perdê-los, e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.

Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós.

Autora: Sônia Regina Barros


Fonte: http://www.gospeljovens.com.br


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2 Responses
  1. Continuo prestgiando seu trabalho,boa semana e Deus o abençoe!
    www.solascriptura-scriptura.blogspot.com


  2. Sandra Moura Says:

    Belo texto! Sou missionária em minha igreja e, a minha missão é ministrar a Santa Ceia nos lares dos membros incapacitados de irem a igreja e, todos eles são idósos. são pessoas maravilhosas, é pena que algumas delas não tem a atenção que merecem por parte dos próprios filhos; essa fase dos 70 anos em diante, é uma fase muito difícil pois os nossos queridos vovôs e vovós são tão frágeis! Por favor!!! Cuidemos dos nossos idósos!!! Eles são dígnos dessa honrra!!!!
    Que Deus o abençoe ricamente!!!