26 de Maio/Quarta Feira
Espectadores vão ao cinema na espera de curtir um bom filme com uma infinidade de imagens saltando da tela. Mas, no lugar da satisfação que isso deveria causar, alguns sentem uma tremenda dor de cabeça e náuseas insuportáveis. Já aconteceu com você? Não se preocupe, várias pessoas já passaram pelo mesmo problema. O elevado número de pessoas reclamando de incômodos deste tipo tem feito alguns pesquisadores começarem a investigar os efeitos dos filmes 3D na visão.
De 2% a 3% das pessoas não enxergam filmes 3D.
Mas por que, afinal, há o incômodo relacionado às imagens em 3D? Ao olhar uma imagem em três dimensões na tela do cinema, o que você vê, na verdade, são duas imagens um pouco deslocadas horizontalmente uma da outra - o filtro nas lentes dos óculos faz com que cada olho capte uma delas. O cérebro une essas duas imagens em uma só, gerando a noção de profundidade. O mecanismo é o mesmo no dia a dia: os olhos se movimentam dentro da cavidade ocular. Eles vão um pouco para dentro ou para fora e as retinas se adaptam para que a mesma imagem esteja no centro. A isso chamamos de convergência - é esse o processo que nos dá a noção de profundidade.
A diferença entre a tela do cinema e a vida real, é que, quando observam objetos reais, seus olhos também se acomodam a uma diferença de foco, já que as imagens estão de fato a distâncias diferentes. No 3D essa distância é falsa - os objetos estão todos no mesmo plano, na tela. Por isso, pesquisadores acreditam que algumas pessoas podem ter problemas de ajustamento entre a acomodação e a convergência dos olhos.
“Os espectadores têm de focar a uma distância (aquela entre a tela e os olhos), mas convergir a outra (aquela em que os objetos 3D parecem estar). Isso deve ser a causa do desconforto. No 3D, a ligação natural entre convergência e acomodação está quebrada”, disse à Technology Review o professor optometria da Universidade da Califórnia, Martin Banks. Ele e sua equipe trabalham no desenvolvimento de um equipamento capaz de resolver esse problema. Esperam restaurar a defasagem com uma lente diante dos olhos que focaria os objetos da tela antes deles chegarem à retina.
Sobre a possibilidade de danos permanentes, o oftamologista e professor da Unifesp Augusto Paranhos tranquiliza. “A rigor, não existe nenhum distúrbio definitivo por assistir 3D demais. O que existe é um mal-estar momentâneo, que vai levar a pessoa a se sentir indisposta e parar de assistir”, diz. O desconforto, em sua opinião, funcionaria como uma espécie de proteção contra danos. “Não acredito que alguém vá continuar insistindo em algo que cause náuseas e dores de cabeça. A pessoa vai se sentir mal e parar de assistir 3D. O próprio mal-estar acaba limitando as conseqüências”.
Paranhos cita outras três situações em que o mal estar pode ocorrer e alguns passos que você deve seguir antes de se preocupar.
1) Se você estiver mal posicionado no cinema (ou diante do televisor), as imagens chegam aos seus olhos em um ângulo desfavorável. Troque de lugar.
2) Se você mudar de lugar e não adiantar, existe a possibilidade de o 3D ser mal feito. As imagens relativas ao olho esquerdo e ao olho direito devem estar levemente deslocadas horizontalmente uma da outra. Se houver qualquer tipo de desvio vertical, por menor que seja, seus olhos terão dificuldades de adaptação e você se sentirá mal. Desista do filme.
3) Se todo filme que assiste causar-lhe mal estar, talvez você tenha um probleminha de convergência nos olhos. Somente neste caso é preciso procurar um oftalmologista.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com
Espectadores vão ao cinema na espera de curtir um bom filme com uma infinidade de imagens saltando da tela. Mas, no lugar da satisfação que isso deveria causar, alguns sentem uma tremenda dor de cabeça e náuseas insuportáveis. Já aconteceu com você? Não se preocupe, várias pessoas já passaram pelo mesmo problema. O elevado número de pessoas reclamando de incômodos deste tipo tem feito alguns pesquisadores começarem a investigar os efeitos dos filmes 3D na visão.
De 2% a 3% das pessoas não enxergam filmes 3D.
Mas por que, afinal, há o incômodo relacionado às imagens em 3D? Ao olhar uma imagem em três dimensões na tela do cinema, o que você vê, na verdade, são duas imagens um pouco deslocadas horizontalmente uma da outra - o filtro nas lentes dos óculos faz com que cada olho capte uma delas. O cérebro une essas duas imagens em uma só, gerando a noção de profundidade. O mecanismo é o mesmo no dia a dia: os olhos se movimentam dentro da cavidade ocular. Eles vão um pouco para dentro ou para fora e as retinas se adaptam para que a mesma imagem esteja no centro. A isso chamamos de convergência - é esse o processo que nos dá a noção de profundidade.
A diferença entre a tela do cinema e a vida real, é que, quando observam objetos reais, seus olhos também se acomodam a uma diferença de foco, já que as imagens estão de fato a distâncias diferentes. No 3D essa distância é falsa - os objetos estão todos no mesmo plano, na tela. Por isso, pesquisadores acreditam que algumas pessoas podem ter problemas de ajustamento entre a acomodação e a convergência dos olhos.
“Os espectadores têm de focar a uma distância (aquela entre a tela e os olhos), mas convergir a outra (aquela em que os objetos 3D parecem estar). Isso deve ser a causa do desconforto. No 3D, a ligação natural entre convergência e acomodação está quebrada”, disse à Technology Review o professor optometria da Universidade da Califórnia, Martin Banks. Ele e sua equipe trabalham no desenvolvimento de um equipamento capaz de resolver esse problema. Esperam restaurar a defasagem com uma lente diante dos olhos que focaria os objetos da tela antes deles chegarem à retina.
Sobre a possibilidade de danos permanentes, o oftamologista e professor da Unifesp Augusto Paranhos tranquiliza. “A rigor, não existe nenhum distúrbio definitivo por assistir 3D demais. O que existe é um mal-estar momentâneo, que vai levar a pessoa a se sentir indisposta e parar de assistir”, diz. O desconforto, em sua opinião, funcionaria como uma espécie de proteção contra danos. “Não acredito que alguém vá continuar insistindo em algo que cause náuseas e dores de cabeça. A pessoa vai se sentir mal e parar de assistir 3D. O próprio mal-estar acaba limitando as conseqüências”.
Paranhos cita outras três situações em que o mal estar pode ocorrer e alguns passos que você deve seguir antes de se preocupar.
1) Se você estiver mal posicionado no cinema (ou diante do televisor), as imagens chegam aos seus olhos em um ângulo desfavorável. Troque de lugar.
2) Se você mudar de lugar e não adiantar, existe a possibilidade de o 3D ser mal feito. As imagens relativas ao olho esquerdo e ao olho direito devem estar levemente deslocadas horizontalmente uma da outra. Se houver qualquer tipo de desvio vertical, por menor que seja, seus olhos terão dificuldades de adaptação e você se sentirá mal. Desista do filme.
3) Se todo filme que assiste causar-lhe mal estar, talvez você tenha um probleminha de convergência nos olhos. Somente neste caso é preciso procurar um oftalmologista.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com
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