24 de Agosto/Terça Feira
Por milhares de anos, o relacionamento tem sido perfeito. Muito antes de que alguém possa lembrar, a lua tem fielmente refletido os raios do sol na noite escura. Foi a melhor dupla no universo. Outras estrelas e planetas se maravilhavam na confiança do time. Geração após geração dos habitantes da Terra ficaram fascinados com a reflexão. A lua tornou-se o símbolo do romance, das altas expectativas e até mesmo de versos infantis.
“Brilhe, lua”, as pessoas cantavam. E ela brilhava. Bem, de certo modo ela brilhava. Veja, a lua não brilhava de verdade. Ela refletia. Ela recebia a luz que lhe era entregue pelo sol e a redirecionava em direção a Terra. Uma simples tarefa de receber a iluminação e compartilhá-la.
Você pensaria que tal conjunto duraria para sempre. Quase durou. Mas um dia, uma estrela que estava por perto colocou uma ideiazinha na cabeça da lua.
“Deve ser duro ser uma lua,” a estrela insinuou.
“O que você quer dizer com isso? Eu amo ser uma lua! Tenho um importante trabalho a fazer. Quando fica escuro, as pessoas me procuram para ajudá-las. E eu olho para o sol. Ele me dá o que eu preciso e eu dou às pessoas o que elas precisam. As pessoas dependem de mim para iluminar seu mundo. E eu dependo do sol.”
“Então, você e o sol devem ser bem unidos.”
“Unidos? Ora, somos como Huntley e Brinkley, Hope e Crosby, Benny e Day...”
“Ou talvez Edgar Bergen e Charlie McCarthy?”
“Quem?”
“Você sabe, o homem e o fantoche.”
“Bem, eu não sei sobre o fantoche.”
“É exatamente isso que eu estou falando. Você é o fantoche. Você não tem luz própria. Você depende do sol. Você é o ajudante. Você não tem nenhuma fama por si só.”
“Fama por si só?”
“É, você tem tocado o segundo violino por muito tempo. Você precisa andar por si só.”
“O que você quer dizer?”
“Eu quero dizer parar de refletir e começar a produzir. Faça suas próprias coisas. Seja seu próprio chefe. Faça com que as pessoas te vejam por quem você realmente é.”
“Quem sou eu?”
“Bem, você é, ah, bem, é o que você precisa descobrir. Você precisa descobrir quem você é.”
A lua parou e pensou por um momento. O que a estrela disse fazia sentido. Apesar de nunca ter considerado isso, a lua de repente estava a par de todas as injustiças daquela relação.
Por que era ela que deveria trabalhar no turno noturno todo o tempo? Por que deveria ser ela a ser pisada pelos astronautas primeiro? E por que deveria ser sempre ela a acusada de causar as ondas? E por que os cachorros e lobos não uivam para o sol para variar?
“Você está certa! declarou a lua. Já é hora de termos uma igualdade solar-lunar aqui.”
“Agora você falou e disse,” estimulou a estrela. “Vá descobrir a verdadeira lua!”
Esse foi o começo da separação. Ao invés de voltar a sua atenção para o sol, a lua começou a prestar atenção em si mesma.
Ela começou um processo de alto-engrandecimento. Depois disso tudo, seu aspecto foi uma desgraça, toda cheia de crateras e tudo mais. Seu guarda-roupas foi tristemente limitado a três tamanhos; de corpo inteiro, meio molde e um quarto blindado. E sua cor foi um amarelo anêmico.
* * *
Então, com determinação,
Ela arrumou geleiras. Ela mudou sua aparência incluindo novas formas como triangular e quadrada. E para a coloração, ela optou por um laranja punk rock. “ Ninguém vai mais me chamar de cara de queijo.”
A nova lua estava magra e em forma. Sua superfície estava tão suave quanto um bumbum de nenen. Tudo estava bem por enquanto.
No começo, seu novo visual a deixou aquecida em seu próprio luar. Os meteoros que passavam parariam para visitá-la. Estrelas distantes a telefonariam e elogiariam. As luas colegas a convidariam para suas órbitas para assistir “As the World Turns”.
Ela tinha amigos. Ela tinha fama. Ela não precisava do sol – até que as coisas mudaram. De repente, “punk” estava fora de uso e “prep” estava na moda. Os elogios acabaram e as risadinhas começaram enquanto a lua tinha dificuldade em perceber que estava fora da moda. Assim que ela percebeu e mudou o laranja para pinstrip, a moda passou para country.
Foi uma dolorosa pancada na sua superfície que a fez finalmente se perguntar, “Pra que tudo isso?” Um dia você está na capa da revista e no outro já foi esquecida. Vivendo para o aplauso dos outros não dá certo.
Pela primeira vez desde que ela começou sua campanha para achar-se, a lua se lembrou do sol. Ela lembrou de momentos dos bons milênios quando os elogios não a interessavam. O que as pessoas achavam dela não interessava uma vez que seu negócio não era fazer com que as pessoas olhassem para ela. Qualquer elogio que vinha era rapidamente passado para o chefe. A idéia do sol era iluminar a lua. “Ela tem me feito um favor”.
Ela olhou para a Terra. Os habitantes da Terra tiveram um show e tanto. Eles não sabiam o que esperar: primeiro punk, depois preppie, agora country. Consultores de moda em Las Vegas estavam fazendo apostas se o novo estilo da lua seria chic ou macho. Ao invés de ser a luz de seu mundo, ela era alvo de piadas.
Mas era o frio que mais a incomodava. A falta da luz do sol a deixou com muito frio. Nenhum aquecimento. Nenhum brilho. Seu casaco de corpo inteiro não ajudava. Não poderia ajudar; o calafrio vinha de dentro, um arrepio gelado do fundo do seu ser que a deixava fria e sozinha.
Era exatamente assim que ela estava.
Uma noite enquanto olhava as pessoas andando no escuro, ela percebeu a futilidade daquilo tudo. Ela lembrou do sol. Ele me deu tudo que eu precisava. Eu tinha um propósito. Eu estava aquecida. Eu estava feliz. Eu era... eu era o que fui feita para ser.
De repente, ela sentiu o velho e antigo calor. Ela se virou e lá estava o sol. O sol nunca tinha saído de lá. “Estou feliz que você tenha voltado,” disse o sol. “Vamos voltar ao trabalho.”
“Pode apostar!” concordou a lua.
Ela tirou o casaco. A forma redonda voltou e uma luz era vista no céu escuro. Uma luz ainda mais brilhante foi vista no céu escuro. Uma luz mais brilhante.
E a partir desse dia, sempre que o sol brilha e a lua reflete e a escuridão é iluminada, a lua não reclama ou fica com inveja. Ela faz o que tem que fazer.
A lua brilha.
Fonte: http://www.irmaos.com
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Por milhares de anos, o relacionamento tem sido perfeito. Muito antes de que alguém possa lembrar, a lua tem fielmente refletido os raios do sol na noite escura. Foi a melhor dupla no universo. Outras estrelas e planetas se maravilhavam na confiança do time. Geração após geração dos habitantes da Terra ficaram fascinados com a reflexão. A lua tornou-se o símbolo do romance, das altas expectativas e até mesmo de versos infantis.
“Brilhe, lua”, as pessoas cantavam. E ela brilhava. Bem, de certo modo ela brilhava. Veja, a lua não brilhava de verdade. Ela refletia. Ela recebia a luz que lhe era entregue pelo sol e a redirecionava em direção a Terra. Uma simples tarefa de receber a iluminação e compartilhá-la.
Você pensaria que tal conjunto duraria para sempre. Quase durou. Mas um dia, uma estrela que estava por perto colocou uma ideiazinha na cabeça da lua.
“Deve ser duro ser uma lua,” a estrela insinuou.
“O que você quer dizer com isso? Eu amo ser uma lua! Tenho um importante trabalho a fazer. Quando fica escuro, as pessoas me procuram para ajudá-las. E eu olho para o sol. Ele me dá o que eu preciso e eu dou às pessoas o que elas precisam. As pessoas dependem de mim para iluminar seu mundo. E eu dependo do sol.”
“Então, você e o sol devem ser bem unidos.”
“Unidos? Ora, somos como Huntley e Brinkley, Hope e Crosby, Benny e Day...”
“Ou talvez Edgar Bergen e Charlie McCarthy?”
“Quem?”
“Você sabe, o homem e o fantoche.”
“Bem, eu não sei sobre o fantoche.”
“É exatamente isso que eu estou falando. Você é o fantoche. Você não tem luz própria. Você depende do sol. Você é o ajudante. Você não tem nenhuma fama por si só.”
“Fama por si só?”
“É, você tem tocado o segundo violino por muito tempo. Você precisa andar por si só.”
“O que você quer dizer?”
“Eu quero dizer parar de refletir e começar a produzir. Faça suas próprias coisas. Seja seu próprio chefe. Faça com que as pessoas te vejam por quem você realmente é.”
“Quem sou eu?”
“Bem, você é, ah, bem, é o que você precisa descobrir. Você precisa descobrir quem você é.”
A lua parou e pensou por um momento. O que a estrela disse fazia sentido. Apesar de nunca ter considerado isso, a lua de repente estava a par de todas as injustiças daquela relação.
Por que era ela que deveria trabalhar no turno noturno todo o tempo? Por que deveria ser ela a ser pisada pelos astronautas primeiro? E por que deveria ser sempre ela a acusada de causar as ondas? E por que os cachorros e lobos não uivam para o sol para variar?
“Você está certa! declarou a lua. Já é hora de termos uma igualdade solar-lunar aqui.”
“Agora você falou e disse,” estimulou a estrela. “Vá descobrir a verdadeira lua!”
Esse foi o começo da separação. Ao invés de voltar a sua atenção para o sol, a lua começou a prestar atenção em si mesma.
Ela começou um processo de alto-engrandecimento. Depois disso tudo, seu aspecto foi uma desgraça, toda cheia de crateras e tudo mais. Seu guarda-roupas foi tristemente limitado a três tamanhos; de corpo inteiro, meio molde e um quarto blindado. E sua cor foi um amarelo anêmico.
* * *
Então, com determinação,
Ela arrumou geleiras. Ela mudou sua aparência incluindo novas formas como triangular e quadrada. E para a coloração, ela optou por um laranja punk rock. “ Ninguém vai mais me chamar de cara de queijo.”
A nova lua estava magra e em forma. Sua superfície estava tão suave quanto um bumbum de nenen. Tudo estava bem por enquanto.
No começo, seu novo visual a deixou aquecida em seu próprio luar. Os meteoros que passavam parariam para visitá-la. Estrelas distantes a telefonariam e elogiariam. As luas colegas a convidariam para suas órbitas para assistir “As the World Turns”.
Ela tinha amigos. Ela tinha fama. Ela não precisava do sol – até que as coisas mudaram. De repente, “punk” estava fora de uso e “prep” estava na moda. Os elogios acabaram e as risadinhas começaram enquanto a lua tinha dificuldade em perceber que estava fora da moda. Assim que ela percebeu e mudou o laranja para pinstrip, a moda passou para country.
Foi uma dolorosa pancada na sua superfície que a fez finalmente se perguntar, “Pra que tudo isso?” Um dia você está na capa da revista e no outro já foi esquecida. Vivendo para o aplauso dos outros não dá certo.
Pela primeira vez desde que ela começou sua campanha para achar-se, a lua se lembrou do sol. Ela lembrou de momentos dos bons milênios quando os elogios não a interessavam. O que as pessoas achavam dela não interessava uma vez que seu negócio não era fazer com que as pessoas olhassem para ela. Qualquer elogio que vinha era rapidamente passado para o chefe. A idéia do sol era iluminar a lua. “Ela tem me feito um favor”.
Ela olhou para a Terra. Os habitantes da Terra tiveram um show e tanto. Eles não sabiam o que esperar: primeiro punk, depois preppie, agora country. Consultores de moda em Las Vegas estavam fazendo apostas se o novo estilo da lua seria chic ou macho. Ao invés de ser a luz de seu mundo, ela era alvo de piadas.
Mas era o frio que mais a incomodava. A falta da luz do sol a deixou com muito frio. Nenhum aquecimento. Nenhum brilho. Seu casaco de corpo inteiro não ajudava. Não poderia ajudar; o calafrio vinha de dentro, um arrepio gelado do fundo do seu ser que a deixava fria e sozinha.
Era exatamente assim que ela estava.
Uma noite enquanto olhava as pessoas andando no escuro, ela percebeu a futilidade daquilo tudo. Ela lembrou do sol. Ele me deu tudo que eu precisava. Eu tinha um propósito. Eu estava aquecida. Eu estava feliz. Eu era... eu era o que fui feita para ser.
De repente, ela sentiu o velho e antigo calor. Ela se virou e lá estava o sol. O sol nunca tinha saído de lá. “Estou feliz que você tenha voltado,” disse o sol. “Vamos voltar ao trabalho.”
“Pode apostar!” concordou a lua.
Ela tirou o casaco. A forma redonda voltou e uma luz era vista no céu escuro. Uma luz ainda mais brilhante foi vista no céu escuro. Uma luz mais brilhante.
E a partir desse dia, sempre que o sol brilha e a lua reflete e a escuridão é iluminada, a lua não reclama ou fica com inveja. Ela faz o que tem que fazer.
A lua brilha.
Fonte: http://www.irmaos.com
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Boa postagem!
Cada um tem o seu brilho e a sua importância, não importa o quanto fazemos, mas o que fazemos é que faz a diferença! Fica com Deus!