11 de Novembro/Quinta Feira
Jó nem mesmo teve tempo de exprimir sua dor, antes de ver a lepra em suas mãos, e os furúnculos em sua pele. Sua esposa, alma compassiva que era, aconselhou-o a amaldiçoar Deus e morrer. Seus quatros amigos vieram, com a delicadeza de uma britadeira, dizer-lhe que Deus é bom, e que o sofrimento é conseqüência do mal; e tão certo como dois mais dois são quatro, Jó deveria ter algum registro criminal em seu passado, para sofrer tanto.
Cada um deu sua própria interpretação de Deus, e falou - longa e sonoramente - sobre quem é Deus, e por que ele fizera tudo aquilo. Eles não eram os únicos falando sobre Deus. Quando seus acusadores faziam uma pausa, Jó dava-lhes uma resposta.
Abriu Jó sua boca...(3.1).
Então, respondeu Elifaz, o temanita...(4.1).
Então Jó respondeu...(6.1).
Então respondeu Bildade, o suíta...(8.1).
Então, Jó respondeu e disse...(9.1).
Então respondeu Zofar, naamatita... (11.1).
Este pingue-pongue verbal continua por vinte e três capítulos. Finalmente, Jó tem o bastante destas "contestações". Chega de bate-papo. É hora do tom fundamental do discurso. Ele agarra o microfone com uma mão, o púlpito com a outra, e vai em frente. Por seis capítulos, Jó dá a sua opinião sobre Deus. Desta vez, o capítulo registra: "E, prosseguindo Jó", "E, prosseguindo Jó", "E, prosseguindo Jó". Ele define, explica e revisa Deus. Parece que Jó sabe mais sobre Deus do que Ele próprio!
Lemos trinta e sete capítulos do livro, antes que Deus limpe a garganta para falar. O capítulo trinta e oito começa com estas palavras: "Então, o Senhor respondeu a Jó."
Se sua Bíblia é igual a minha, há um engano neste versículo. As palavras estão corretas, porém o impressor usa os tipos de tamanho errado. As palavras deveriam estar escritas assim:
ENTÃO, O SENHOR RESPONDEU A JÓ!
Deus fala. Faces voltam-se ao céu. Ventos curvam as árvores. Vizinhos encolhem-se nos refúgios. Gatos apressam-se para o alto das árvores, e cachorros metem-se no mato. "Está ventando, meu bem. É melhor tirar a roupa do varal". Deus mal abrira a boca, e Jó soube que deveria ter calado sua mágoa.
Perguntar-te-ei, e tu, responde-me. Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam? (Jó 38.3-7).
Deus inunda o céu com perguntas. Jó compreende: Apenas Deus define Deus. Você precisa conhecer o alfabeto antes de poder ler. Deus conscientiza Jó: "Você não sabe nem o ABC do céu, quando mais o vocabulário". Pela primeira vez Jó está quieto. Silenciado por uma torrente de indagações.
Ou entraste tu até as origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo, ou entraste tu até os tesouros da neve e viste os tesouros da saraiva...? Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de crinas? Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Ou voa o gavião pela tua inteligência, estendendo as suas asas para o sul? (Jó 38.16,22 - 39.19,20,26)
Jó mal tem tempo de sacudir a cabeça diante de uma questão, antes que Deus faça a outra. A insinuação do Pai é clara: "Tão logo você seja capaz de lidar com assuntos tão simples como a quantidade das estrelas e o estiramento do pescoço da avestruz, teremos uma conversa sobre dor e sofrimento. Mas até então, podemos passar sem os seus comentários".
Jó captou a mensagem? Penso que sim. Ouça-lhe a resposta: "Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho sobre minha boca".
Note a mudança. Antes de ouvir Deus, Jó não podia falar o bastante. Após ouvi-lo, não pôde falar de jeito algum.
O silencio foi a única resposta apropriada. Houve uma ocasião na vida de Thomas Kempis, na qual também foi preciso fechar a boca. Ele havia escrito profusamente sobre o caráter de Deus. Porém um dia, Deus confrontou-o com tal graça divina que, a partir daquele momento, todas as palavras de Kempis "pareciam palha". Ele pousou a caneta e nunca mais escreveu uma linha. Ele calou-se.
A palavra para tais momentos é reverência.
A sala para tais momentos é a capela.
A frase para a capela é "Santificado seja o teu nome".
Um corte acima
Esta frase é uma petição, não uma declaração. Um pedido, não um anúncio. Santificado seja o teu nome. Entramos na capela e imploramos: "Seja santificado, Senhor. Faça o que for preciso para ser santificado em meu viver. Tome o lugar que lhe pertence por direito no trono. Seja exaltado. Seja magnificado. Seja glorificado. Tu és Senhor, e eu estarei calado".
A palavra santificado vem da palavra santo, que significa "separado". O termo remonta a uma antiga palavra que significa "cortar". Ser santo, então, é ser cortado acima da norma, superior, extraordinário. (...) O Deus santo habita num plano diferente do restante de nós. Aquilo que nos amedronta, a Ele não mete medo. O que nos preocupa não preocupa a Ele.
Sou mais um marinheiro de água doce do que um lobo-do-mar, mas estive num barco suficiente para conhecer o segredo de como achar terra em uma tempestade... Você não visa outro barco. Você, certamente, não se concentra nas ondas. Você firma a vista em um objeto não afetado pelo vento - uma luz na costa - e segue reto em sua direção. A luz não é afetada pela tempestade.
Buscando a Deus na capela, você faz o mesmo. Quando você firma a vista em nosso Deus, está focalizando alguém "um corte acima" daquilo que quaisquer tempestade na vida possam trazer.
Como Jó, você acha paz no sofrimento.
Como Jó, você fecha a boca e fica em silêncio.
"Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus" (Sl 46.10). Este versículo contém uma ordem como promessa.
A ordem?
Aquiete-se.
Feche a boca.
Dobre os joelhos.
A promessa? Você saberá que eu sou Deus.
O navio da fé viaja sobre as águas. O crente passeia nas asas da espera.
Demore-se na capela. Demore-se muitas vezes na capela. Em meio às suas tempestades diárias, faça questão de aquietar-se, e fite os olhos nEle. Deixe Deus ser Deus. Deixe que Ele o banhe em sua glória, para que sua respiração e seus problemas sejam sugados de sua alma. Esteja em silêncio. Esteja quieto. Esteja ciente e disposto. Então você saberá que Deus é Deus; você não pode ajudar, mas confessar: "Santificado seja o teu nome".
Notas:
Traduzido por Marta Doreto de Andrade
Extraído de The Great House of God, © 1997 de Max Lucado
Fonte: http://www.irmaos.com/
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Jó nem mesmo teve tempo de exprimir sua dor, antes de ver a lepra em suas mãos, e os furúnculos em sua pele. Sua esposa, alma compassiva que era, aconselhou-o a amaldiçoar Deus e morrer. Seus quatros amigos vieram, com a delicadeza de uma britadeira, dizer-lhe que Deus é bom, e que o sofrimento é conseqüência do mal; e tão certo como dois mais dois são quatro, Jó deveria ter algum registro criminal em seu passado, para sofrer tanto.
Cada um deu sua própria interpretação de Deus, e falou - longa e sonoramente - sobre quem é Deus, e por que ele fizera tudo aquilo. Eles não eram os únicos falando sobre Deus. Quando seus acusadores faziam uma pausa, Jó dava-lhes uma resposta.
Abriu Jó sua boca...(3.1).
Então, respondeu Elifaz, o temanita...(4.1).
Então Jó respondeu...(6.1).
Então respondeu Bildade, o suíta...(8.1).
Então, Jó respondeu e disse...(9.1).
Então respondeu Zofar, naamatita... (11.1).
Este pingue-pongue verbal continua por vinte e três capítulos. Finalmente, Jó tem o bastante destas "contestações". Chega de bate-papo. É hora do tom fundamental do discurso. Ele agarra o microfone com uma mão, o púlpito com a outra, e vai em frente. Por seis capítulos, Jó dá a sua opinião sobre Deus. Desta vez, o capítulo registra: "E, prosseguindo Jó", "E, prosseguindo Jó", "E, prosseguindo Jó". Ele define, explica e revisa Deus. Parece que Jó sabe mais sobre Deus do que Ele próprio!
Lemos trinta e sete capítulos do livro, antes que Deus limpe a garganta para falar. O capítulo trinta e oito começa com estas palavras: "Então, o Senhor respondeu a Jó."
Se sua Bíblia é igual a minha, há um engano neste versículo. As palavras estão corretas, porém o impressor usa os tipos de tamanho errado. As palavras deveriam estar escritas assim:
ENTÃO, O SENHOR RESPONDEU A JÓ!
Deus fala. Faces voltam-se ao céu. Ventos curvam as árvores. Vizinhos encolhem-se nos refúgios. Gatos apressam-se para o alto das árvores, e cachorros metem-se no mato. "Está ventando, meu bem. É melhor tirar a roupa do varal". Deus mal abrira a boca, e Jó soube que deveria ter calado sua mágoa.
Perguntar-te-ei, e tu, responde-me. Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam? (Jó 38.3-7).
Deus inunda o céu com perguntas. Jó compreende: Apenas Deus define Deus. Você precisa conhecer o alfabeto antes de poder ler. Deus conscientiza Jó: "Você não sabe nem o ABC do céu, quando mais o vocabulário". Pela primeira vez Jó está quieto. Silenciado por uma torrente de indagações.
Ou entraste tu até as origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo, ou entraste tu até os tesouros da neve e viste os tesouros da saraiva...? Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de crinas? Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Ou voa o gavião pela tua inteligência, estendendo as suas asas para o sul? (Jó 38.16,22 - 39.19,20,26)
Jó mal tem tempo de sacudir a cabeça diante de uma questão, antes que Deus faça a outra. A insinuação do Pai é clara: "Tão logo você seja capaz de lidar com assuntos tão simples como a quantidade das estrelas e o estiramento do pescoço da avestruz, teremos uma conversa sobre dor e sofrimento. Mas até então, podemos passar sem os seus comentários".
Jó captou a mensagem? Penso que sim. Ouça-lhe a resposta: "Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho sobre minha boca".
Note a mudança. Antes de ouvir Deus, Jó não podia falar o bastante. Após ouvi-lo, não pôde falar de jeito algum.
O silencio foi a única resposta apropriada. Houve uma ocasião na vida de Thomas Kempis, na qual também foi preciso fechar a boca. Ele havia escrito profusamente sobre o caráter de Deus. Porém um dia, Deus confrontou-o com tal graça divina que, a partir daquele momento, todas as palavras de Kempis "pareciam palha". Ele pousou a caneta e nunca mais escreveu uma linha. Ele calou-se.
A palavra para tais momentos é reverência.
A sala para tais momentos é a capela.
A frase para a capela é "Santificado seja o teu nome".
Um corte acima
Esta frase é uma petição, não uma declaração. Um pedido, não um anúncio. Santificado seja o teu nome. Entramos na capela e imploramos: "Seja santificado, Senhor. Faça o que for preciso para ser santificado em meu viver. Tome o lugar que lhe pertence por direito no trono. Seja exaltado. Seja magnificado. Seja glorificado. Tu és Senhor, e eu estarei calado".
A palavra santificado vem da palavra santo, que significa "separado". O termo remonta a uma antiga palavra que significa "cortar". Ser santo, então, é ser cortado acima da norma, superior, extraordinário. (...) O Deus santo habita num plano diferente do restante de nós. Aquilo que nos amedronta, a Ele não mete medo. O que nos preocupa não preocupa a Ele.
Sou mais um marinheiro de água doce do que um lobo-do-mar, mas estive num barco suficiente para conhecer o segredo de como achar terra em uma tempestade... Você não visa outro barco. Você, certamente, não se concentra nas ondas. Você firma a vista em um objeto não afetado pelo vento - uma luz na costa - e segue reto em sua direção. A luz não é afetada pela tempestade.
Buscando a Deus na capela, você faz o mesmo. Quando você firma a vista em nosso Deus, está focalizando alguém "um corte acima" daquilo que quaisquer tempestade na vida possam trazer.
Como Jó, você acha paz no sofrimento.
Como Jó, você fecha a boca e fica em silêncio.
"Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus" (Sl 46.10). Este versículo contém uma ordem como promessa.
A ordem?
Aquiete-se.
Feche a boca.
Dobre os joelhos.
A promessa? Você saberá que eu sou Deus.
O navio da fé viaja sobre as águas. O crente passeia nas asas da espera.
Demore-se na capela. Demore-se muitas vezes na capela. Em meio às suas tempestades diárias, faça questão de aquietar-se, e fite os olhos nEle. Deixe Deus ser Deus. Deixe que Ele o banhe em sua glória, para que sua respiração e seus problemas sejam sugados de sua alma. Esteja em silêncio. Esteja quieto. Esteja ciente e disposto. Então você saberá que Deus é Deus; você não pode ajudar, mas confessar: "Santificado seja o teu nome".
Notas:
Traduzido por Marta Doreto de Andrade
Extraído de The Great House of God, © 1997 de Max Lucado
Fonte: http://www.irmaos.com/
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