Lembranças de Uma Tarde na Cachoeira
26 de Dezembro/Sabado

Lembranças saudáveis da adolescência e juventude

Lembro-me não da data, mas do acontecimento. Eu era um adolescente e estava aborrecido com tanta briga verbal que havia ao meu redor. Eu também participava delas, justificando-me, defendendo-me e desejando impor minha vontade e meu raciocínio. Cansado disso tudo, resolvi não brigar nem discutir com pessoa alguma nunca mais. A decisão deu certo, funcionou. Creio que foi a única mudança sem retorno na minha vida. Ela mudou o meu temperamento. Detesto brigar e acho que não brigo com ninguém.

A certa altura da minha mocidade, comecei a trabalhar com adolescentes, sem nomeação oficial e sem qualquer preparo prévio. Não me recordo se recebi algum estímulo de alguém. Durou pouco tempo, mas me lembro de duas coisas. Organizei o grupo de adolescente 4 f’s — franco, forte, firme e fiel (roubei a ideia de um tio que morava em Curitiba). Organizei também um “banco” para emprestar dinheiro aos pobres meninos…

A lembrança mais saudável é a da minha experiência com Deus, que aconteceu em 1949, exatamente há 60 anos. Eu fazia o Tiro de Guerra em Bom Jesus do Itabapoana, RJ. Tinha 19 anos, já havia professado a fé em Jesus Cristo e já era candidato oficial ao ministério pelo Presbitério de Campos. Por força da bem-aventurada educação recebida no lar e na Escola Dominical, eu estava suficientemente esclarecido e convicto de que não deveria ter relacionamento sexual com prostituta (não havia amor livre na ocasião), com namorada ou com qualquer outra mulher, a não ser com a futura esposa, sob a proteção do matrimônio. Mas, a vontade contrária era enorme e constante. Morria de medo de não respeitar essa norma por muito tempo.

Então, certo dia, de manhã cedo, coloquei numa sacola minha Bíblia, meu hinário e um livro devocional (acho que era o devocionário "Ouro, Incenso e Mirra", de Rosalee Appleby) e fui para um lugar muito bonito fora da cidade, onde havia uma pequena cachoeira. Ali fiquei sozinho o dia inteiro, lendo passagens da Bíblia e orando. Estava em busca de uma certeza de que eu conseguiria o meu intento. Só me senti aliviado e fortalecido no final daquele dia, quando lia o Salmo 23 e Deus me convenceu de que ele, por ser o meu pastor, me protegeria de qualquer desobediência, a cada dia, e não de uma vez por todas, como que por atacado. Embora não seja dado a emocionalismo, chorei de emoção naquela tarde. Foi uma experiência real e marcante, que me ensinou a depender de Deus, e não dos meus esforços pessoais, para vencer qualquer tentação ou dificuldade. Até hoje aquela experiência à margem do rio Itabapoana é extremamente válida.

Autor: Elben M. Lenz César


Fonte: Revista Ultimato Related Posts with Thumbnails
1 Response
  1. Julia Says:

    muy bonita esta entrada! En medio de tanta vorágine es bueno hacer un alto y volver a las cosas sencillas y hermosas del evangelio. Bendiciones!!!