Quem matou Tutancâmon?
Um dos maiores mistérios da arqueologia pode, enfim, estar chegando ao fim: o faraó Tutancâmon, que viveu no século 14 a.C., foi assassinado com uma pancada na cabeça. É o que afirma Mike King, detetive americano especializado em análise criminal. Ele teve acesso a áreas restritas do túmulo do faraó, falou com arqueólogos e examinou as raras radiografias dos restos mortais feitas, em 1969, pelo médico inglês R. G. Harrison. Depois de tudo isso ele está certo de que o rei foi assassinado. “A análise da tumba mostrou que o lugar era pequeno demais e que havia pinturas incompletas”, diz King. Ele acha que esse é um indício de que alguém tinha pressa para enterrar Tutancâmon. Talvez para eliminar provas.

Nos raios-X, eles descobriram uma lasca de osso solta no crânio e uma marca que indica a formação de um coágulo, sinais de uma pancada na cabeça. Descoberta em 1922, pelo britânico Howard Carter, a tumba deTutancâmon foi um dos maiores achados da arqueologia. Muito bem conservada, nenhuma múmia foi tão remexida e estudada. A vida de Tut foi virada do avesso e sua morte aos 18 anos sempre intrigou cientistas e curiosos. Faltava, agora, descobrir o assassino.

Mas a lista não deveria ser grande. “Poucas pessoas podiam chegar tão próximos do rei, que era considerado um deus. Os suspeitos, portanto, deveriam ser pessoas próximas a ele”, diz King. A rainha Ankhesenamun, irmã e esposa de Tut, Ay, seu primeiro-ministro e tutor, Maya, o ministro das finanças e Horemheb, chefe do exército, compunham a lista.

Em Amarna, onde Tut nasceu, o detetive encontrou desenhos reveladores: os assassinos de seu pai, Akhenaton, aparecem sendo torturados. Entre eles está Ay. “Havíamos encontrado o assassino”, diz Mike King. “Ay era ambicioso e manipulador. Ele assumiria o comando do império e herdaria muito dinheiro com a morte do rei. A vingança foi a gota d’água”, afirma.

Mas o mistério ainda pode revelar uma reviravolta no epílogo. “Há alguns pontos que ainda precisam ser esclarecidos”, diz King. “É possível que Ay tenha tido um cúmplice. Ele espera uma autorização do governo egípcio para realizar exames mais detalhados, como tomografias na múmia de Tutancâmon. O jovem rei ainda está longe de seu descanso final.

Manuela Aquino | 01/07/2003 00h00 em Revista Aventuras na História

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